quarta-feira, 19 de outubro de 2011

18/10

Acordei morrendo de sono por ter ficado estudando o texto até tarde. Mas, infelizmente, não dava para pedir pra aula esperar mais um pouco enquanto eu dormia. Engoli um pouco de cereal e levei o café pra ir tomando no caminho na esperança de acordar um pouco mais. A primeira aula era de Método com a professora que gosta de despertar as emoções mais profundas e não fica satisfeita enquanto não estiver todo mundo chorando. O primeiro exercício, depois do relaxamento, foi pra trabalhar a memória sensorial. Tínhamos que pensar em alguém que em algum momento nos tivesse feito sentir como se não fossemos bons o suficiente. Aí, tínhamos que nos sentir num lugar associado a essa pessoa ou a esse momento. Tentar recuperar a sensação do chão desse lugar, da janela, dos móveis, os cheiros, os objetos. Tínhamos que buscar ouvir a voz dessa pessoa nos chamando, visualizar a roupa que ela estava vestindo, depois tentar sentir seus cabelos, sua pele, seu perfume e aí dizer para ela o que você estava sentindo, o quanto ela tinha te magoado e o que gostaria que ela fizesse. Ela conseguiu. Lágrimas rolaram por todos os cantos. Depois do exercício, tínhamos que pensar em como poderíamos emprestar aquele sentimento e aquelas sensações para o personagem que estamos trabalhando e escrever o que poderia ter acontecido com ele para ele se sentir assim. Aí tivemos um pequeno intervalo e na volta começamos a trabalhar com os animais que ela tinha pedido na última aula. Cada um tinha pesquisado um animal que representasse o seu personagem e individualmente tínhamos que ir pro palco e nos transformar nesses animais. Depois, descrever as sensações e ela e o resto da turma também diziam o que tinham visto para ajudar na nossa construção. O meu era o único animal que voava, o que acabou sendo uma sorte porque a maioria das pessoas machucaram os joelhos no exercício. O Alberto foi um lobo e se empolgou na intensidade de maneira que ficou todo roxo, ralado e queimado nos joelhos. Mas ele fez bem. O meu era uma águia, predador que enxerga longe e é capaz de defender seu território com a sua vida. Não deu tempo de começar as entrevistas como se fossemos os personagens. Ficou para semana que vem, na última aula. A aula seguinte foi de luta e mais uma vez eu sobrevivi sem um arranhão. Impressionante! Estou muito feliz com meus resultados nessa aula. Se fossem três meses e não três semanas eu até poderia ser a nova Angelina Jolie. Na primeira parte da aula, fizemos uma revisão do rolamento, da queda pra frente e da queda de costas. Os três em sequência repetidas vezes. Depois aprendemos a socar de várias maneiras e a reagir ao soco. Foi muito divertido! Mas também exaustivo. O soco para câmera nem encosta na outra pessoa. Tem uma distância de segurança que, com a câmera no ângulo certo, parece que acertou. Se a outra pessoa reagir na hora certa, claro. Dores no corpo garantidas para os próximos dias. Depois da aula, o Alberto me fez ir mais uma vez na drogaria do Steven Spielberg. Acho que ele está tentando um segundo encontro. Na verdade, ele ainda estava com dor de estômago, mas lá também não tinha Buscopan. Voltamos pro albergue e de lá não saímos mais porque estávamos realmente cansados.

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