domingo, 16 de outubro de 2011
16/10
Dia de muito esforço mental. Depois de todos esses dias, não tínhamos ainda encontrado uma cena para fazer amanhã na aula de Interpretação para Cinema e TV. Temos um livro com várias cenas, mas não podia ser qualquer uma. Tinha que ser uma que os dois achassem interessante, que não precisasse de um cenário específico ou tivesse muita ação. Tinha que ser baseada no diálogo. Mesmo porque não teremos nenhum cenário para fazer além de cadeiras e no cinema não dá para fingir como no teatro. Também tinha que ser uma cena com começo, meio e fim que fossem compreensíveis destacados do resto do filme. Além disso, tinha que ser de um filme que não tivéssemos assistido ainda. O professor requisitou isso para evitar que tentássemos copiar o original mesmo que insconscientemente. Mas se não podíamos assistir o filme, tínhamos que ler o roteiro, pois era necessário conhecer bem os personagens para identificar em que momentos eles diziam a verdade e em que momentos mentiam e o porque. Não dá para acreditar em todas as falas que se lê porque os personagens mentem e nem sempre dá pra identificar numa cena isolada. Pra isso, você tem que conhecer os objetivos dele. Enfim, passei a manhã lendo cena por cena do nosso livro até achar uma que me agradasse. O Alberto concordou com a minha escolha e o próximo passo foi pesquisar sobre o filme na internet. O nome é The Clerks, O Balconista em português. Depois de achar algumas informações, tive a sorte de achar o script inteiro em um site. Cena definitivamente escolhida. Saímos para almoçar e conseguimos não nos distrair e voltar logo. Ler o script inteiro demorou um bom tempo, mas nos mostrou que a cena era outra e que tínhamos sido enganados pelas falas. O filme não deixa absolutamente claro o quão mentirosa é a minha personagem, mas dá uma boa ideia de que quase tudo que ela diz na cena é mentira. Ainda bem que lemos tudo! O problema é que só ficamos prontos para começar a trabalhar a cena e decorar o texto umas 20h. Não é nada fácil ensaiar uma cena em um idioma diferente do seu. Muito estressante! Até porque muitas vezes você não tem nem certeza se o que está falando faz sentido enquanto frase. Ensaiamos por duas horas e decorei quase tudo. Tem umas partes mais difíceis que preciso insistir mais, mas tive que sair do quarto um pouco e vir aqui escrever porque meu processo e o do Alberto não são muito compatíveis. Ele não consegue trabalhar dentro da própria cabeça e tem que ficar repetindo em voz alta para decorar e para desembolar a pronúncia do inglês, o que estava me enlouquecendo um pouco. Mas a gente sobrevive. Espero que amanhã as palavras não me abandonem sozinha em cena. Enquanto isso, tenho que voltar a trabalhar para que isso não aconteça e aprender a mentir com as palavras certas sem parecer estar mentindo.
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