terça-feira, 11 de outubro de 2011
11/10
Segundo dia do Intensivo de Outono. E bota intenso nisso! Acordamos e fomos pra aula logo cedo. Nossa primeira aula era no palco Lee Strasberg. Aula de Método. Era uma professora. Então, o Alberto era o único homem presente mesmo. Ela começou perguntando o que a gente sabia sobre o Método desenvolvido pelo Strarberg e depois explicou um pouco sobre ele. É uma continuação da pesquisa do Stanislavski e do Boleslasvski e envolve muito o engajamento das emoções pessoais do ator. É mais viver o personagem no que interpretá-lo. E é disso que sempre gostei. Criar e viver outras vidas através da arte podendo assim tocar e com sorte transformar a vida de quem assiste. Nosso primeiro e, na verdade, único exercício da aula do dia era pensar num fato realmente marcante das nossas vidas. Algo que tivesse nos tocado profundamente e que a gente ia ter que relatar depois. O medo para mim era justamente o relatar depois, porque seria exigir um pouco demais do meu pobre inglês que pra entender vai muito bem obrigado, mas que para se explicar está longe de ser ideal. Mesmo assim fiquei com o primeiro fato que veio à minha cabeça. A proposta era irem duas pessoas para o centro da roda e uma das duas contar a sua história olhando nos olhos da outra. Essa, por sua vez, tinha que contar a história que tinha acabado de ouvir como sendo sua. Depois invertia. Foram 12 histórias contadas duas vezes cada uma, o que durou muito tempo e exigiu muita concentração por parte de todos. E as histórias não eram curtas não. Algumas eram maiores do que as minhas postagens...rs. Uma primeira conclusão: a vida real é muito mais bizarra e chocante do que a ficção! Todas aquelas pessoas se transformaram diante dos nossos olhos revelando parte do que são e do que a vida é quando olhada de perto. Ninguém passa por ela incólume. São tantos os traumas e histórias para conta! Mas, no fim das contas, são essas dificuldades que nos fazem crescer mais. Na aula passada, o professor tinha dito que geralmente os grandes atores são pessoas que sofreram grandes traumas. Bom, devem ter muitos grandes atores na minha turma. Ouvir os problemas dos outros também nos dá a real dimensão dos nossos. Enfim, quando chegou a minha vez eu fiz dupla com uma polonesa. Ela contou a história dela primeiro. Mas ela falava muito rápido e em certo ponto começou a chorar compulsivamente enquanto falava. Acho até que nem era inglês o que ela falou naquele momento porque eu não entendi uma palavra, nem o Alberto. Foi um desespero, mas reproduzi a história do meu jeito com as informações que tinha entendido. O ator precisa aprender a se emocionar mas com técnica, ou ninguém entende o que ele fala e aí não adianta nada. Mas o exercício não pedia isso. Tentei reviver a minha história com o máximo de detalhes possível e não chorei. Mas acho que isso indica que fiz direito, já que eu tinha que voltar ao momento e no momento em que minha história aconteceu eu não podia chorar. Tinha que ser forte. Consegui me fazer entender porque minha parceira polonesa reproduziu a história certa. Foi uma aula de muitas emoções e bastante material emocional com que trabalhar. Depois de um pequeno intervalo, ela passou uns trabalhos pra casa e tivemos só meia hora para sair para almoçar e voltar para a aula de luta. Não tem horário mais ingrato para isso do que imediatamente depois do almoço. Comi ainda menos do que de costume para não passar mal e corremos para a aula. Logo na hora de cada um se apresentar, já fui logo avisando que sou muito ruim em todos os esportes e muito boa em me machucar. Espero que isso não aconteça, lógico. Fizemos um bom aquecimento e alongamento. Me arrependi de ter saído da academia no fim de agosto. Mas aguentei na boa. Lições da primeira aula: como cair de frente, de costas, de lado e rolando. Devo ter me jogado no chão mais de cinquenta vezes. Sem maiores danos. Só dei com o nariz no chão uma vez! Tô super no lucro. Na verdade, não fiz feio não. Consegui realizar todos os movimentos e meu amor ficou super orgulhoso de mim. Sempre pedia para ele dar uma olhadinha se eu estava fazendo direito já que ele já tinha aprendido tudo isso no Krav Magá. Mas mesmo sem acidentes, o esforço físico foi muito pesado. As duas horas me pareceram umas quatro horas. Sempre que eu pensava que ia acabar, começava uma nova lição. Amanhã vou acordar com tudo doendo! Mas foi uma aula muito boa e descansou um pouco o meu cérebro. Depois da aula, o Alberto me fez andar até a farmácia onde ele conheceu o Steven Spielberg pra comprar uma máscara daquela de colocar nos olhos para dormir porque ele acha nosso quarto muito claro. Eu já estou acostumada com a claridade e não tenho nenhum problema para dormir. Não sei nem como andei até lá porque minhas pernas estavam sem força para nada. Mas fomos e depois resolvemos tomar um Milk Shake que acabou virando um Sundae. De volta no albergue, eu encostei na cama e desmaiei! Acordei só umas 20h e demorei uma hora pra conseguir ter coragem de levantar e vir pro lobby entrar na internet. A conexão dentro do quarto é muito ruim. Boa notícia: minha primeira análise foi aceita e validada. Já posso até me considerar uma parecerista capacitada para a função. Só falta saber se a Comissão vai acompanhar meu parecer. Boa notícia 2: consegui configurar o teclado do meu laptop e finalmente estou escrevendo uma postagem nele porque não ia escrever tudo sem acento e sem pontuação. Uma última informação: nossa turma é composta pro quatro americanas, duas alemãs, duas polonesas, uma norueguesa, uma chilena, uma grega e dois brasileiros.
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