domingo, 16 de outubro de 2011
15/10
Sábado. Mais uma vez é dia de estudar. Mas para isso, eu tinha que antes buscar a peça que preciso ensaiar na livraria. Acabou que o destino, que parecia não estar querendo me ajudar nessa, nos levou a essa livraria que fica no Farmer`s Market. Uum lugar incrível e mega famoso por aqui que fica super perto do albergue, mas que a gente ainda não tinha ido. Inclusive descobrimos que lá tem um cinema onde com certeza vamos da próxima vez que formos assistir a um filme. Eu já tinha ouvido falar, mas achava que o Farmer`s Market era um supermercado. Na verdade, é um mistura de Downtown (aquele shopping a céu aberto da Barra) com Cobal (na falta de uma comparação melhor). Lojas para todos os interesses, restaurantes, cinema, supermercado, quiosques, feira e lugares especializados em comidas de diversas partes do mundo. Diante disso, a nossa ideia que era ír lá, comprar o livro e alguma coisa no supermercado para passar o resto do dia no albergue, foi por água abaixo. Saímos do albergue umas 11:30 e só cheguei de volta às 16:30. A livraria era a Barnes & Noble com seus três andares cheios de coisas para distrair os nossos olhos e tentar os nossos bolsos. Fui no caixa pedir a minha encomenda, mas a funcionária não conseguiu encontrar e teve que pedir pra uma outra descer com outras encomendas que também não eram a minha. Aí, ela teve que pedir pro gerente dela, que procurou na seção onde o livro deveria estar e parecia esgotado. Mas eu tinha recebido um e-mail de confirmação! Depois de uns 20 minutos de espera, a caixa achou a minha encomenda bem no lugar onde deveria estar, na cara dela o tempo todo. Mas devo dizer, o livro era tão fino que não me espanto que ela não tenha visto. De lá, tivemos que dar uma volta pelas outras lojas. Tinha um lugar bem lindo no meio do pátio com fontes e estátuas e até um trem super estiloso para passear dentro do shopping. O tempo foi passando e a fome chegou. É, teríamos que almoçar por lá mesmo. Achamos uma Pampa Churrascaria brasileira, mas não comemos lá porque era meio caro. Acabamos comendo numa creperia francesa, onde o Alberto não comeu crepe, mas um sanduíche e eu comi um crepe de Nutella. Ainda passeando por lá, uma miragem... Leite condensado! Na verdade, La Lechera ou coisa assim. Versão em espanhol do nosso Moça, da Nestlè mesmo. Lógico que comprei. Pena que só uma latinha. O Alberto estava um pouco ansioso para começar a ler a peça dele e voltou pro albergue enquanto eu me decidia na Victoria's Secret cheirando inúmeras fragrâncias. Foi a primeira vez que caminhei sozinha por aqui e me deu uma sensação boa. Cheguei no albergue só uns 10 minutos depois dele e ele ainda nem tinha começado a ler. Eu mesma acabei demorando horas na internet conversando antes de ler a minha peça. Fui pro quarto e devorei o texto enquanto o meu amor caçava um achocolatado pra fazer meu brigadeiro. Ele demorou bastante porque até achocolatado é difícil de achar. Eu não entendo como os americanos até hoje não conhecem o nosso brigadeiro. Ele acabou achando um achocolatado inglês. A peça que foi escolhida para mim é muito interessante. Uma verdadeira aula sobre os podres da indústria do cinema. São 4 personagens: duas atrizes, o produtor do filme e o autor do filme. Todos querendo se dar bem não importando por cima de quem seja necessário passar. Infelizmente, quanto mais você sobe nessa profissão, mais tem que aprender a lidar com esse tipo de coisas e pessoas. Mas eu adorei a minha personagem! É uma atriz, o que implica em muita complexidade e emoções transbordantes que eu conheço bem. Além disso, ela tem uma personalidade forte, marcada pela luta de leões por um lugar ao sol. A cena é longa. Muito texto em inglês para decorar. Mas vale a pena fazer. O Alberto também amou a cena dele. Parece que essa professora sabe o que faz quando escolhe. Quando acabei de ler, vim escrever aqui. Mas fui interrompida pelo meu amor que estava com problemas para usar a cozinha do nosso albergue, que a gente nunca tinha usado antes. O fogão não acendia. Procuramos por todo canto um fósforo ou acendedor automático e nada. Ele disse que ia sair para comprar um fósforo porque tinha vergonha de perguntar pra alguém como fazia. Surpreendemente, eu acabei me encarregando disso e pedi socorro pra um dos caras que trabalham aqui. Ele veio ajudar, mas também não sabia muito bem como. Acendia uma chama piloto no fogão. O problema era espalhar, o que ele tentou fazer com papel sem sucesso e quase se queimando. Acabou pedindo ajuda de um outro que depois de um tempo conseguiu soprar a chama até ela se espalhar. Esse foi o brigadeiro mais caro, difícil e trabalhoso da história. Brigadeiro pronto, fomos descobertos por outro brasileiro do albergue que reconheceu o nosso prato peculiar e conversamos com ele por um tempo. Ele é de São Paulo e está viajando há um tempo pelo país pra onde o vento o leva. Separamos um pouco de brigadeiro para os nossos dois ajudantes que nunca tinham provado antes. Adoraram! E vim aqui terminar de escrever adicionando nossas novas aventuras. O brigadeiro ficou bom, mas eu ainda prefiro com Nescau. Agora preciso dormir porque amanhã tenho que ser forte para não deixar nada nos distrair dos nossos estudos porque ainda temos que achar uma cena para a aula de vídeo de segunda.
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